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4 - Casa da cruz suástica

A casa da cruz suástica ganhou este nome nas escavações decorridas entre 1939 e 1944, devido à utilização dada a esse motivo nos mosaicos que revestiam alguns dos espaços da residência. A cruz suástica era, para os romanos e para os lusitanos antes deles, um motivo solar, de conotações mágicas e normalmente interpretado como símbolo de boa sorte, muito longe dos sentidos posteriormente atribuídos. O edifício era uma residência senhorial de dimensões apreciáveis, mas sem grande requinte arquitetónico, pois foi construído mediante a adaptação de um edifício anterior. São de destacar os dois grandes compartimentos do lado oposto à muralha, correspondendo a uma sala de jantar, designada por triclinium , que mostra no seu pavimento de mosaico a disposição em U dos leitos de refeições e a uma grande sala de estar dos donos da casa, designada por cubiculum . Do outro lado da casa, junto à muralha, ficam três pequenos compartimentos também decorados por mosaicos, que podem ter sido quartos de dormir. Nesta zona da casa conservam-se também vestígios da primeira fase da sua construção, em que a fundação dos muros não era construída a partir de uma vala de alicerce mas sim constituída pela rocha de base afeiçoada, fenómeno típico das construções mais antigas da cidade. Toda a casa era estruturada à volta do peristilo central, que continha um grande tanque de água, no interior do qual se contruíram caixotões geométricos delimitando o jardim. Construída no século I, a casa foi demolida para dar lugar à construção da muralha do Baixo-Império, nos finais do séc. III ou nos inícios do séc. IV da nossa era.

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