
2 - Estrada romana
O sistema viário constituiu uma das mais importantes e geniais obras da engenharia romana. Por todo o Império, uma vasta rede de estradas que se chegou a estender por aproximadamente 80.000 kms, ligava as localidades mais recônditas à capital (Roma), assegurando durante séculos uma eficiente administração das províncias e uma rápida circulação de pessoas e bens. Após a queda do Império, e não obstante a sua progressiva degradação, estas vias continuaram em funcionamento durante a Idade Média, tendo ainda muitos troços sobrevivido até aos nossos dias. Em Conimbriga, é ainda perfeitamente observável um troço da via que partia de Olisipo (Lisboa) com destino a Bracara Augusta (Braga), passando por Sellium (Tomar) e Aeminium (Coimbra). Pavimentada com grandes lajes de calcário, a estrada era ladeada por amplos passeios porticados, para os quais se abriam residências e estabelecimentos comerciais. Não surpreende, por isso, a descoberta em Conimbriga e nos seu arredores de diversos marcos miliários, grandes colunas de pedra nas quais eram gravadas inscrições evocando os nomes dos Imperadores que mandaram construir ou reparar a via e a indicação das distâncias em milhares de passos (em latim "milia passum", de onde herdámos a palavra "milha). Deles constam os nomes dos Imperadores Caracala (211-218 d.C.), Tácito (275-276 d.C.), Constâncio Cloro (305-306 d.C.) e Galério (305-311 d.C.), atestando a importância da cidade durante o Baixo-Império.

